Por que não pensar em “ciclos de feedbacks”?

Essa hipótese pode contribuir muito qualquer projeto de pesquisa envolvendo ideias ligadas a “bolhas”, “câmaras de eco” e outras reflexões que se encaixam no paradigma “sei que existem mas não consigo demonstrar”.

Os autores sugerem trabalhar com ciclos de feedback.

O que isso quer dizer?

Em uma estrutura onde se deseja mostrar o quanto usuários mudam seu pensamento ou são afetados pelas mensagens que circulam em seus grupos, deve-se observar três variáveis:

  • Com o que o usuário interage (quais conteúdos são consumidos em detrimento a outros);
  • O que os sistemas de recomendação mostram;
  • O que se pensa (em que medida as crenças e valores do usuário se alinham ao que é mostrado)

Esse processo é, portanto, cíclico:

Essa mudança de preferência faz com que o usuário seja ainda mais seletivo, talvez seguindo explicitamente fontes mais homogêneas, ou ignorando de forma mais consistente outros tipos de conteúdo. Em seguida, o loop começa novamente.

Thorburn et al., 2023

O texto faz uma breve revisão de literatura envolvendo filter bubbles, echo chambers e rabbit holes, além se sugerir um framework para eventuais pesquisas futuras.

Também chacoalha a mente que procura respostas para a pergunta: o que é “engajamento”, afinal?

THORBURN, Luke; STRAY, Johnathan; BENGANI, Priyanjana. When You Hear “Filter Bubble”, “Echo Chamber”, or “Rabbit Hole” — Think “Feedback Loop”. Disponível em <https://medium.com/understanding-recommenders/when-you-hear-filter-bubble-echo-chamber-or-rabbit-hole-think-feedback-loop-7d1c8733d5c>. Acesso em 15.abr.2023.